Mais de 90 mil pessoas visitam a Expointer no primeiro fim de semana

Feira teve abertura oficial no sábado (25) com atrações musicais. Pavilhão da agricultura familiar e animais foram destaques.

Por RBS TV

27/08/2018 08h01 Atualizado há menos de 1 minuto

Milhares de pessoas visitam Expointer no primeiro final de semana

Mais de 90 mil pessoas já visitaram a Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. No domingo (26), houve bastante congestionamento.

São mais de 4,2 mil animais de 70 diferentes raças na feira, que teve visitação aberta ao público no sábado (25). Crianças e adultos têm a oportunidade de ter contato com esses animais.

“Ele é manso, é calmo. A gente se surpreende. Um primeiro impacto, assim, dá susto. Mas a gente vê que é muito calmo, que dá para convidar a família para chegar perto”, diz o comerciante Emerson Martins Pereira ao ter contato com um bovino de grande porte.

Animais são uma das grandes atrações para o grande público (Foto: Palácio Piratini/Divulgação)

A cozinheira Cleo Flores comemorava o contato com os filhotes. “A natureza, a gente estar em contato, é muito bonito”.

Mas para conseguir visitar tudo, é necessário chegar cedo e se preparar, como aconselha a confeiteira Marisol Leoblel. “É muita coisa, tem que caminhar bastante”.

Além dos animais, a agricultura familiar é um dos destaques da feira, com 285 expositores. No ano passado, o setor movimentou R$ 2,8 milhões, 40% a mais que o registrado em 2016, o que fez com que a organização aumentasse o espaço.

Público visitou a Expointer no final de semana em Esteio (Foto: Palácio Piratini/Divulgação)

Mais de 90 mil pessoas estiveram no Parque de Exposições Assis Brasil no final de semana (Foto: Palácio Piratini/Divulgação)

Feira foi aberta oficialmente no sábado (Foto: Palácio Piratini/Divulgação)

Fonte: < https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/expointer/2018/noticia/2018/08/27/mais-de-90-mil-pessoas-visitam-a-expointer-no-primeiro-final-de-semana.ghtml>

A Jornada da Vida – Rio Yangtsé: série chega ao fim encontrando a China moderna

Veja como chineses investem massivamente em educação e tecnologia, como câmeras de reconhecimento facial já são usadas no dia a dia; a impressionante malha ferroviária de trens-bala; e o maior porto do mundo, em Xangai.

 

 

 

 

 

 

Por Sônia Bridi e Paulo Zero

26/08/2018 22h58 Atualizado há 10 horas

A Jornada da Vida – Rio Yangtsé: série chega ao fim encontrando a China moderna

A Jornada da Vida – Rio Yangtsé chega ao fim encontrando a China moderna. Vamos mostrar como os chineses investem massivamente em educação e tecnologia, como as câmeras de reconhecimento facial já são usadas no dia a dia, a impressionante malha ferroviária de trens-bala e o maior porto do mundo, em Xangai, a pérola do Yangtsé.

Episódio final da A Jornada da Vida – Rio Yangtsé apresenta o “Monstro de Ferro”, megamáquina de 92 metros de comprimento, que pesa 580 toneladas e tem 64 rodas; equipamento instala novas sessões de viadutos de estrada de ferro a cada poucas horas. (Foto: Paulo Zero/Globo)

Assista abaixo aos três primeiros episódios de A Jornada da Vida – Rio Yangtsé:

Assista ao primeiro episódio de A Jornada da Vida – Rio Yangtsé

Assista ao segundo episódio de A Jornada da Vida – Rio Yangtsé

Assista ao terceiro episódio de A Jornada da Vida – Rio Yangtsé

O porto de Xangai, o maior do mundo (Foto: Paulo Zero/Globo)

A JORNADA DA VIDA

Fonte: <https://g1.globo.com/fantastico/quadros/a-jornada-da-vida/noticia/2018/08/26/a-jornada-da-vida-rio-yangtse-serie-chega-ao-fim-encontrando-a-china-moderna.ghtml>

Campanha mostra refugiado lidando com a cultura alimentar

23 de Agosto de 2018 14h – Atualizado às 14:25Por Malu Lutfi

Um menino sírio refugiado descobre a cultura holandesa por meio de alimentos compartilhados com seu colega de classe em um novo filme do Supermercado Plus. O anúncio, da JWT Amsterdam, toca em um assunto área sensível da atitude ambivalente de alguns europeus para os refugiados: quando o menino, Ismael, é inicialmente colocado ao lado de seu colega de classe loiro, ele parece hostil e afasta a mesa dele.

No entanto, eles gradualmente se tornam amigos, com o menino sírio experimentando todos os tipos de comida holandesa enquanto ele descobre a vida de seu amigo. A campanha termina com o holandês sendo convidado a compartilhar uma refeição síria com seu amigo. As performances foram dirigidas por Ismael ten Heuvel, que nos dizem que ficou tão comovido com a narrativa que chegou a nomear o protagonista.

Bas Korsten, diretor de criação da JWT Amsterdam, comenta: "A comida e a cultura estão intrinsecamente ligadas. E mais do que isso – a comida tem o poder de unir as pessoas. Mesmo quando não conseguem falar a mesma língua. Era isso que queríamos para retratar de uma forma genuína e pensativa com o nosso novo filme para Supermercados Plus".

Confira a produção emocionante abaixo:

https://vimeo.com/285967788

Tags: Campanha, Refugiados, Supermercado, Holanda, Comercial, Cultura,Alimentar

Fonte: < http://adnews.com.br/publicidade/campanha-mostra-refugiado-lidando-com-cultura-alimentar.html>

Fotógrafo mostra montanha de dinheiro necessária para comprar itens básicos na Venezuela

20 agosto 2018

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Direito de imagemREUTERS

Entra em vigor nesta segunda-feira o plano de recuperação econômica do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para tentar conter a hiperinflação que assola o país.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação da Venezuela deve chegar a 1.000.000% neste ano.

Uma das medidas do pacote prevê a entrada em circulação de uma nova moeda, o bolívar soberano – que tem cinco zeros a menos que o bolívar forte, completamente desvalorizado.

§ Pilha de dinheiro que há 15 anos comprava apartamento agora só paga um café na Venezuela

§ A cronologia da crise migratória em Pacaraima, na fronteira entre Brasil e Venezuela

Para ilustrar como a inflação tomou conta do país, o fotógrafo Carlos Garcia Rawlins, da Reuters, realizou um ensaio fotográfico com imagens de alimentos e artigos de higiene básicos ao lado da quantidade de dinheiro necessária para comprá-los.

Um frango de 2,4 kg, por exemplo, custava 14.600.000 bolívares (o equivalente a US$ 2,22) em Caracas.

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Na última quinta-feira, um rolo de papel higiênico podia ser comprado por 2.600.000 bolívares.

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Já o lote de cenouras abaixo não saía por menos de 3 milhões de bolívares.

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Muitos venezuelanos chegaram a estocar alimentos em casa com receio de que, quando as medidas do pacote econômico entrassem em vigor nesta segunda-feira, os sistemas bancários ficassem sobrecarregados e inviabilizassem o comércio.

Um pacote de 1 kg de arroz era vendido por 2.500.000 bolívares.

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Em julho deste ano, a inflação atingiu 82.700%.

“Eu vim comprar verdura, mas estou indo embora porque não vou esperar nessa fila”, disse à Reuters a administradora de empresas Alicia Ramirez, de 38 anos, que estava em um supermercado de Maracaibo, no oeste do país.

“As pessoas estão ficando loucas.”

Para comprar um pacote de absorventes, eram necessários 3.500.000 bolívares.

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Um quilo de tomate? Cerca de 5.000.000 de bolívares.

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A Venezuela decretou feriado nesta segunda-feira para a implantação do novo sistema monetário – os serviços bancários online e a operação de caixas eletrônicos seriam interrompidos por várias horas para a introdução das novas notas.

Antes da mudança, um quilo de queijo não custava menos que 7.500.000 bolívares.

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Já um pacote de fraldas era vendido por 8.000.000 de bolívares.

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Para comprar um quilo de carne eram necessários 9.500.000 bolívares.

Direito de imagemREUTERS

Fonte: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45245306>

Agência usa “Fortnite” para entrevistar candidatos

fort

O jogo Fortnite é de longe um dos Battle Royales mais conhecidos atualmente. Para aproveitar o sucesso da produção da Epic Games, a agencia Dare.Win resolveu inovar o processo de entrevista de empregos para oportunidades oferecidas em seu escritório.

A empresa atualmente oferece duas vagas de estágio e para “descontrair” na hora do processo seletivo, a agência francesa com sede em Paris e Berlim propõe uma dinâmica de grupo diferente. Ao invés do bate papo comum, as informações necessárias (tanto do candidato como do entrevistador) serão esclarecidas durante uma partida de Fornite.

Confira os detalhes no anúncio abaixo.

Os interessados pela vaga não necessariamente precisam ser bons jogadores para conseguir o emprego, o importante na verdade é ver como o aplicante vai disputar o jogo. “Nós não somos pro players” esclarece o publicitário da firma Thomas Brouchon. “A maneira como alguém joga diz muito sobre sua personalidade, especialmente sobre seu método de tomada de decisão e como ele se vira com problemas”. Já sobre a entrevista em si, Boris Lavergne, outro membro da Dare.Win, diz que as perguntas “serão na maioria relacionadas ao trabalho, mas haverão questões sobre entretenimento, hobbies pessoais, a vida deles no geral”.

Segundo a agência, o jogo escolhido foi “Fortnite” porque além de um game popular, é gratuito, ou seja, todo mundo conhece e pode se cadastrar na plataforma. Além disso, a estratégia também notabiliza a Playstation, marca que a Dare.Win recentemente começou a trabalhar e que a rede servirá de plataforma para a realização da entrevista.

 

 

Fonte: <http://adnews.com.br/tecnologia/agencia-francesa-usa-fortnite-para-entrevistar-candidatos.html&gt;

O pessoal está notando que a gente existe’: o aplicativo que coloca catadores de recicláveis no mapa

Júlia Dias CarneiroEnviada especial da BBC News Brasil a Recife

· 10 junho 2018

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Direito de imagemFERNANDO CAVALCANTIImage captionDona Rosa agora se conecta, via aplicativo, com as pessoas e locais que têm material reciclável de que querem se desfazer

Nos mais de 20 anos de carreira como catadora de materiais recicláveis, Rosineide Moreira Dias das Neves, a dona Rosa, se habituou à penosa rotina de percorrer as ruas do Recife na missão de filtrar o que é reciclável do que é lixo nas calçadas, tendo que enfrentar preconceito pelo caminho.

“Tem muita gente que discrimina o que a gente faz. Acha que a gente é catador de lixo. Não entende que não é lixo, é reciclagem”, diz a pernambucana de 55 anos. “A gente está tentando limpar o ambiente, mas a sociedade não vê.”

Os périplos incertos em busca de papelão, garrafas PET, latinhas de alumínio e outros materiais estão dando lugar a viagens mais garantidas, na medida em que aumentam os chamados de endereços certos para coletar materiais recicláveis – em residências, escolas, lojas ou edifícios.

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Dona Rosa é uma entre 71 catadores e catadoras de Pernambuco cadastrados no Cataki, um aplicativo lançado em julho do ano passado para conectar catadores independentes a cidadãos ou empresas que queiram dispor materiais recicláveis corretamente – e se descreve como um “Tinder da reciclagem”, em referência ao aplicativo de relacionamentos.

Desenvolvido pela ONG Pimp My Carroça, do grafiteiro e ativista Mundano, de São Paulo, o Cataki ganhou, em fevereiro, em Paris, o grande prêmio de inovação do Netexplo, observatório que estuda o impacto social e econômico de tecnologias digitais e premia as iniciativas consideradas mais inovadoras, em um fórum realizado em parceria com a Unesco.

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O aplicativo indica os catadores de uma região em um mapa com ícones de carroças, o veículo com que a maioria transporta os resíduos que coleta.

‘Para eles é lixo, mas para a gente é sobrevivência’

De acordo com a ONG, os catadores são responsáveis pela coleta de 9 em cada 10 quilos de material reciclado no país – mas não têm reconhecimento pelo papel que desempenham. O Censo de 2010 identificou no Brasil, na época, cerca de 400 mil catadores de materiais recicláveis.

O país gera mais de 200 mil toneladas de lixo por dia, mas uma parcela pequena vai para reciclagem – cerca de 13%, de acordo com o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Nosso foco é que os catadores sejam reconhecidos como prestadores de um serviço público, e que o aplicativo ajude a gerar mais renda para eles”, diz Carol Pires, coordenadora do Pimp My Carroça.

O aplicativo é uma plataforma colaborativa sem fins lucrativos, e os valores para uma coleta ficam a cargo da negociação entre as partes. Não há taxas para usar o app, mas a recomendação é que o catador seja pago pelo serviço, diz Pires – de acordo com a quantidade de material a ser coletado a distância a ser percorrida.

‘Invisibilidade social’

No aplicativo, os ícones de carroças levam a um curto porém simpático perfil apresentando cada catador, com foto, apelido, telefone, as áreas onde atua, os tipos de resíduos que coleta e uma breve história de vida.

O perfil de Dona Rosa traz sua foto sorridente na Linha do Tiro, bairro onde mora no Recife, na zona norte da capital pernambucana.

Inclui seu lema de vida – “a reciclagem trouxe meu sustento” – e um resumo dos veículos dos quais dispôs ao longo de 20 anos na coleta: “começou com triciclo, carroça, cavalo e agora tem uma Kombi velha”.

Direito de imagemDIVULGAÇÃOImage captionEllen Fernanda (à esquerda), coordenadora da ONG Pimp My Carroça no Recife, em selfie com os catadores cadastrados no Cataki, em uma das reuniões mensais para entrosá-los com o aplicativo

A Kombi foi comprada com o dinheiro da rescisão recebida pelo marido há cerca de três anos, quando foi demitido de uma empresa de reciclagem. No ano passado, o veículo passou por uma “pimpada”, recauchutagem que está na origem do trabalho do Pimp My Carroça. Em tradução livre, o nome da ONG significa “turbine minha carroça” e foi inspirado no programa americano de TV Pimp My Ride, que transformava latas-velhas em carros turbinados.

O projeto foi iniciado por Mundano em 2012, criando mutirões para grafitar carroças de catadores e catadoras e fazer uma série de reparos nos veículos – para aumentar sua visibilidade e autoestima.

Diante de públicos internacionais no TED e na Unesco, o grafiteiro vem comparando esses profissionais a super-heróis – que teriam o “poder” da invisibilidade na sociedade, fazendo um trabalho essencial para o meio ambiente e para a sustentabilidade das cidades, mas sem receber reconhecimento.

“No mundo todo, as empresas estão gastando bilhões falando em sustentabilidade. Mas essas são as pessoas que estão agindo na prática. Ao conectá-las, podemos aumentar sua renda e ajudá-los em sua missão”, afirmou Mundano ao apresentar o app no fórum da Netexplo.

O Cataki estava entre as dez inovações premiadas neste ano. Após a apresentação de cada uma, foi eleito pelo público como o grande vencedor deste ano.

Kombi ‘Joinha’

No fim do ano passado, a Kombi de dona Rosa foi pintada pelo grafiteiro pernambucano Johny Cavalcanti como parte do Pimp My Carroça, com apoio da escola Saber Viver, do Recife. Ganhou cores vibrantes e uma “cara” feminina, com cílios prolongados nos faróis e um sorriso largo sobre o parachoque. Dona Rosa apelidou o veículo de Joinha e diz que passou a ser reconhecida na rua, atraindo atenção por onde passa.

“Ela me trouxe muita alegria. Mas muita gente não sabe o que é arte, né? Tem gente que diz: ‘Tira esse circo daqui!’ e eu: ‘É circo, mas está me sustentando!’ Ou então: ‘Tira essa palhaçada daqui!’ e eu: ‘Não é palhaçada não, bem, é meu ganha pão!'”, conta.

Ela enumera assim as principais dificuldades na vida do catador: gente que joga vidro quebrado no lixo sem separar, gente que joga cocô de cachorro no lixo sem separar, e o preconceito.

Direito de imagemFERNANDO CAVALCANTIImage captionA Kombi da dona Rosa foi pintada pelo grafiteiro pernambucano Johny Cavalcanti por meio do Pimp my Carroça

Desde que se cadastrou na Cataki, dona Rosa conta com novos clientes fixos, como uma filial um hospital, alguns prédios no bairro de Casa Amarela e uma residência no Caxangá.

“O aplicativo é muito bom porque está dando valor à gente. Está trazendo reconhecimento. Através dele, o pessoal está notando que a gente existe.”

Ela diz que “quem a vê hoje assim”, rodando pela cidade com uma Kombi tão bonita e levando sustento para casa, não imagina o que ela já passou na vida.

Rosa nasceu em Aliança, cerca de 100 km à noroeste do Recife. Órfã de pai e mãe, aos 8 anos foi levada para a capital para viver e trabalhar na casa de uma família. O casal faleceu poucos meses depois. Ainda criança, Rosa seguiu morando com outros membros da família, num “pinga-pinga” de casa em casa. “Teve tempo de eu dormir até no chão em cima da minha roupa”, lembra.

“Graças a Deus, encontrei um meio para poder vencer na vida e nunca mexi no que é dos outros”, afirma.

Começou a trabalhar com reciclagem com o marido, e hoje conta com a ajuda do filho, de 24 anos. Engravidar não estava nos planos, mas virou uma bênção. “Ele foi um projeto de Deus. Eu mesma não queria ter filho. Passei por muita dificuldade na vida, não queria botar um filho no mundo para passar pelo que eu passei”, diz, com lágrimas nos olhos apesar de o sorriso continuar no rosto. “Eu passei por muita coisa, minha filha.”

Direito de imagemDIVULGAÇÃOImage captionUm catador com sua carroça ‘pimpada’, ou seja, turbinada com reparos técnicos e a arte de grafiteiros por meio da ONG Pimp My Carroça, com recursos de empresas, pessoas que decidem ‘patrocinar’ um catador ou de campanhas de crowdfunding

‘Cadastre um catador’

Segundo a coordenadora Carol Pires, a ideia do Cataki surgiu a partir da visibilidade gerada pelas mais de 300 carroças que já foram turbinadas Brasil afora pelo Pimp My Carroça – e as perguntas que se seguiram.

“A gente começou a receber pedidos de pessoas próximas falando que tinham material em casa e precisavam do contato de um catador”, conta Pires. “Faltava uma maneira de as pessoas encontrarem os catadores na região onde moram.”

Hoje, o aplicativo tem mais de 500 catadores cadastrados em cerca de cem cidades no país.

Mas é em São Paulo e no Recife que está mais consolidado. Isso porque ele depende de um trabalho gerencial e social que vai muito além da interface tecnológica, e nas duas cidades há representantes em contato permanente com os catadores.

Direito de imagemREPRODUÇÃOImage captionPerfil de Rosa no Cataki; aplicativo recebeu prêmio de inovação na França

Ellen Fernanda, coordenadora no Recife, diz que a capital tem servido como uma espécie de cidade-modelo para o aplicativo, buscando desenvolver ações para aprimorar seu funcionamento. Ela tem feito encontros mensais com os cadastrados para orientá-los no uso do aplicativo. São dicas básicas, para uma população em geral muito carente.

“Oriento eles sobre como atender o telefone, combinar a coleta, que devem pedir para alguém anotar o endereço se não souberem escrever… São muitas dificuldades”, explica. “Eu busco elevar a autoestima deles, falo sobre a importância de seu trabalho”, conta.

Ellen diz que a simples tarefa de manter o cadastro atualizado envolve um trabalho braçal enorme, já que os catadores muitas vezes perdem os celulares, mudam de chip e de número. Conseguir a doação de aparelhos também tem sido parte do trabalho, e campanhas nesse sentido também vêm sendo realizadas por voluntários do Cataki em outras cidades.

Se inclusão digital está longe de ser uma realidade para a maioria, a expectativa da ONG não é de que os próprios catadores se cadastrem nem dependam de smartphone ou acesso a internet. A ideia é incentivar que simpatizantes lhes apresentem o aplicativo e façam o cadastro para eles. Aos catadores basta ter um número de telefone, que será informado em seu perfil no aplicativo.

“A ideia é que as pessoas se apropriem mesmo. Se baixam o aplicativo e não acharem catadores em sua região, que ajudem a cadastrá-los quando os encontrarem na rua”, explica Carol Pires.

De Miguel Arraes a Eduardo Campos

A BBC News Brasil acompanhou o trabalho de coleta de Rosa numa manhã quente de sábado no Recife. Ela nos recebeu com um suco refrescante de cajá, feito da fruta e não da polpa, em sua casa, um apartamento pequeno no Conjunto Habitacional Eduardo Campos, batizado em homenagem ao falecido ex-governador de Pernambuco.

Antes disso, a família viveu durante 20 anos em uma favela que sempre alagava na época das chuvas. A “invasão” era conhecida como Vila Miguel Arraes – o avô de Eduardo Campos, que foi três vezes governador de Pernambuco.

Direito de imagemFERNANDO CAVALCANTIImage captionO conjunto habitacional onde Rosa mora no Recife, no bairro Linha do Tiro; antes ela vivia com a família em favela que sofria com alagamentos constantes no período de chuvas

Dona Rosa partiu na Kombi com Renato, seu parceiro de trabalho, que dirigia o veículo e encostava sempre que apareciam pilhas de caixas ou outros materiais recicláveis na calçada. Ela saltava do carro, pegava o material correndo e jogava na caçamba, os carros atrás buzinando em protesto.

A parada principal foi na filial Cultura Inglesa do bairro Madalena, de onde a dupla saiu com sacolas e mais sacolas de papel, plástico, PET e outros materiais, enchendo a Kombi. O acordo é que Rosa e Renato recebem R$ 50 em cada coleta, de 15 em 15 dias. O contato foi feito por Raquel Laureano, diretora-executiva do curso de inglês. Ela conta que eles têm buscado envolver os alunos e seus pais, incentivando que tragam materiais de casa, se não tiverem onde reciclar.

“Essa preocupação deveria ser do poder público, mas é também dos indivíduos. Acho que essa consciência está começando a aumentar com iniciativas como essas. Não adianta esperar o poder público agir”, considera.

Na primeira ida ao curso de inglês, dona Rosa foi apresentada aos professores e alunos e teve um dia de educadora: pediram-lhe que falasse sobre o que fazia e ensinasse a melhor forma de separar os materiais para a coleta.

“Minha filha, cheguei a ficar sem ter noção de como reagir. É uma coisa muito bonita, muito boa. Você já passou por muita dificuldade na vida e de repente aparece uma coisa boa assim”, orgulha-se. “Estou feliz porque estão reconhecendo o nosso trabalho.”

Tópicos relacionados

· Meio Ambiente

· Tecnologia

· Reciclagem

Fonte: < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44400380>

Mundo S/A: Programa fala sobre o upcycling, um processo de reciclagem

MUNDO S/A

Upcycling: a reciclagem que cria um produto de maior valor

23 min

Exibição em 9 de Abr de 2018

A produção de resíduos é um dos maiores problemas da atualidade. Já pensou em comprar uma bolsa que um dia foi uma esteira de corrida? E um sapato que antes era um guarda-chuva? Ou até uma mesa feita com a hélice de um avião? O Mundo S/A mostra empresas que estão faturando com essa tendência.

VÍDEO:

https://globosatplay.globo.com/globonews/v/6649605/

Fonte: < http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/chamada-mundo-sa/6852648/

O futuro do emprego

Comportamento O futuro do emprego

O mercado de trabalho da forma como conhecemos está em plena mutação. Ao mesmo tempo que as novas tecnologias ameaçam muitas vagas, também criam outras; e os próprios profissionais já não querem mais o estilo de vida das gerações anteriores

N° Edição: 525

Texto: Renata Valério de Mesquita

16/11/2016

 

No ritmo acelerado das tecnologias digitais e móveis, o futuro já começou a reorganizar as estruturas tradicionais de emprego e o mercado de trabalho. O que, por si só, já deixa qualquer um inquieto, somado a crises econômicas gera ainda mais preocupação com desemprego em massa e inadequação aos novos modelos. A isso ainda se acrescenta, no Brasil, a acalorada discussão sobre a proposta de reforma trabalhista do governo. Processos estão sendo automatizados, algoritmos e robôs estão substituindo pessoas e a inteligência artificial ameaça até mesmo atividades intelectuais.

Assim como o mercantilismo, no século 16, e a industrialização, no século 19, a atual revolução digital está alterando os modos de produção, as relações comerciais e de trabalho. O Banco da Inglaterra calcula que, nos próximos 10 a 20 anos, as máquinas poderão ocupar 50% das vagas de emprego do país e dos Estados Unidos, incluindo funções administrativas, de escritório e de produção.

A notícia pode parecer ruim, mas não necessariamente. Enquanto alguns ofícios e profissões tendem a se desmanchar, novas atividades e vagas estão surgindo. A conectividade está transformando onde e como fazemos as coisas e criando a economia colaborativa. Apesar de assustadora, a automação promete liberar as pessoas de trabalhos mecânicos e repetitivos para exercer sua criatividade, raciocínio e habilidades sociais em atividades mais interessantes.

“O pagamento por hora – ‘bunda-cadeira’, como eu chamo – tende a ir se extinguindo e os trabalhadores passarão a ser mais cobrados e remunerados pelos resultados que gerarem no seu dia a dia”, afirma Caroline Batista, especialista em auto­liderança, uma categoria de coaching que nasceu em função da nova era. “As pessoas precisam ­assumir a gestão das suas car­reiras. Essa é a melhor coisa que você pode fazer para não ser pego de surpresa.”

Seu próximo trabalho

Com tantas tendências redefinindo as relações de trabalho (leia infográfico nas páginas seguintes), surgem também conceitos de carreira. Identificada ainda nos anos 1970, a “carreira proteana” derruba as tradicionais barreiras para prestação de serviços, sem limite de lugar físico nem de exclusividade com o cliente. O profissional é remunerado pelo conhecimento transmitido e pelo resultado gerado.

Já a “carreira inteligente” valoriza a forma de atuar de cada indivíduo. Como o conhecimento técnico todo mundo tem, passam a contar mais a experiência de vida de cada um e as competências que desenvolveu em prol da sua carreira. O profissional se torna uma espécie de mentor e é remunerado por isso.

Na “carreira sem fronteiras”, por sua vez, os profissionais são completamente independentes e trabalham para diferentes países; os pagamentos são feitos por cartão­ de crédito. Se a concorrência é globalizada, as oportunidades laborais também são.

Caroline lembra, porém, que a legislação brasileira, ainda muito engessada, não está preparada para esses novos formatos. O que a atual reforma trabalhista propõe aponta nesse sentido, mas ainda deixa questões sem resposta e assusta a concepção mais tradicional de emprego. “Além disso, é preciso pensar em um plano de migração para as pessoas que estão sendo substituídas por robôs”, alerta a coach.

Na Suécia estão ocorrendo experiências de redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, por enquanto com bons resultados. E na Suíça a população foi chamada, em junho, para um plebiscito que decidiu se se estabelecia, ou não, uma renda básica universal para os cidadãos de todas as idades – independentemente de estarem empregados. Quase 80% rejeitaram a proposta.

Ocupação x realização

A carreira tradicional – tão focada em salário, nível hierárquico e status – vai perdendo lugar para outros critérios de sucesso. Nessa nova cultura em formação, o contracheque perde importância frente à autorrealização e ao sentido no que se está fazendo. Os profissionais de hoje estão interessados em causar impacto positivo na sociedade com seu trabalho.

Toda essa transformação começou com a geração Y (nascidos entre 1980 e 1995), também conhecida como Millennials, que entrou no mercado de trabalho questionando os modelos anteriores. Diferentemente da geração X (nascidos nos anos 1960 e 1970), que queria ascender rapidamente e chegar aos 30 anos ganhando muito dinheiro, os Y já não queriam mais se matar de trabalhar, preferiam ter tempo para ser felizes. Agora, com a chegada ao mundo laboral da geração Z (nascidos na era digital), as mudanças são ainda mais demandadas e velozes.

“A geração Z quer ser feliz o tempo todo, quer gostar do que faz como trabalho. É uma geração que vai passar por muitas carreiras na vida”, analisa Caroline. Ela mesma, hoje com 32 anos, já viveu na pele a passagem para outra profissão. Depois de dez anos na empresa de marketing que criou com colegas, não sentia mais vontade de continuar nessa área. “Na época já atuava como coach interno lá dentro, me identificava muito com essa atividade e fui me desenvolver nisso no exterior.”

Para a jornalista Claudia Giudice, demitida depois de mais de 20 anos numa mesma empresa (leia reportagem “Reescrevendo a própria carreira” ao final da reportagem), como parte de um enorme corte de funcionários – algo muito frequente nos dias de hoje –, essas mudanças são um ruído e um susto para sua geração e as anteriores. Para ela, a perenidade no trabalho não faz mais sentido. “A gente conseguia controlar os movimentos, agora não consegue mais.”

O lado bom, a seu ver, é realizar diferentes aptidões e desejos numa mesma vida e não precisar mais se prender a velhos modelos. “Não sabemos para que lado vão as profissões. Temos vidas produtivas mais longas e os jovens de hoje não vão mais começar e terminar a vida profissional na mesma carreira.” Mas reconhece que, para quem gosta de estabilidade e segurança, a situação é desafiadora: “está mais para o filme Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!”

Por isso, ela defende que a melhor forma de lidar com as incertezas de hoje é se manter preparado para as mudanças. “Com o mercado como está, é bom ter à mão uma saída para a situação que se está vivendo.” Mas destaca que empreender não é a única saída. Sua sugestão é que as pessoas apostem no que gostam de fazer, em atividades que sintam prazer em fazer.

A coach Caroline concorda. O fundamental é afastar as imposições familiares e conhecer a si mesmo para descobrir do que realmente se gosta. “Todos têm múltiplos talentos. Ninguém tem que ter nascido para atuar numa coisa só”, instiga. Hoje é possível fazer um hobby render dinheiro, sem necessariamente ter de empreender. Assim como não é mais necessário fazer uma faculdade. “As universidades, aliás,­ vão ter de evoluir para certificadoras de conhecimento dentro dessa realidade do conhecimento livre e sob demanda, como Harvard e Yale já começaram a fazer.” Para ela, no Brasil, títulos ainda costumam contar mais do que a experiência. “Lá fora é o inverso.”

Choque geracional

Mesmo o empreendedorismo ganha hoje novos contornos. Com 27 anos, Francisco Forbes (leia reportagem “Máquina de empreender” ao final da reportagem) pode falar disso com propriedade. Já pôs de pé três empresas de sucesso e ensina em três universidades. Ainda acha tempo para pilotar helicóptero e estudar saxofone – se declara apaixonado por jazz. “O jazz­ não é o que, é o como. É a forma como se faz. Posso tocar qualquer música jazz.”

O aplicativo Uber e o táxi: maneiras diferentes de fazer a mesma coisa

Para ele, a forma de fazer as coisas é o que marca o novo mercado: o sistema de aluguel de acomodações Airbnb e o de transporte de passageiros Uber, por exemplo, fazem basicamente o mesmo que a rede hoteleira e o taxista já faziam, mas de um jeito diferente.

No caso do empreendedorismo, as grandes diferenças com os negócios abertos pelas gerações anteriores é que as empresas iniciantes (startups) de hoje já não estão pensadas para dar lucro, mas sim para durar menos tempo e serem vendidas. “Além de dependerem de injeção de capital para ter um impulso de crescimento”, lembra.

O ambiente organizacional nas startups – até mais do que em outras empresas – enfrenta o choque geracional: os profissionais mais velhos se sentem incomodados de ser liderados por pessoas da idade dos filhos, e os mais novos vêm criando resistência em trabalhar com quem pensa de forma muito diferente da deles. “Mas precisamos nos entender, não vamos conseguir viver de uma geração só. Precisamos das habilidades que os mais velhos podem trazer.”

Esse atrito entre gerações acontece nas empresas e em casa. “Os pais estão claramente discordando de os filhos fazerem essa migração do conforto e estabilidade do emprego tradicional, para o risco do modelo de startup”, comenta Francisco Jardim, sócio-fundador do fundo de investimento SP Ventures. Isso porque as empresas iniciantes oferecem salários mais baixos e quase nada de benefícios, mas dão aos funcionários participação acionária. “É como trocar conforto e benefício de hoje pelo potencial futuro”, diz.

Se as gerações anteriores buscavam bônus semestral e anual, plano de saúde e de carreira, hoje, segundo Jardim, a garotada está pedindo outras coisas. Principalmente: propósito (uma missão no planeta), autonomia (ninguém está mais disposto a ser microgerenciado, querem liberdade para poder criar e pensar) e espaço para exercer o próprio potencial (oportunidade de crescimento pessoal e profissional conjunto). “Um exemplo disso tudo é o Google que, por exemplo, permite aos funcionários dedicarem 20% do seu tempo ao que quiserem.”

O futuro do emprego promete responder às mudanças do mercado e, em grande parte, ao desejo dos profissionais. A revolução que vivemos não é só digital, mas também comportamental.

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Reescrevendo a própria carreira

Claudia Giudice começou sua carreira de jornalista com 16 anos e ficou por mais de duas décadas na mesma empresa, escalando a hierarquia corporativa. De repórter estagiária chegou à diretora superintendente de marcas femininas da Editora Abril. E planejava se aposentar ali em 2020, para então assumir a Pousada A Capela, em Arembepe (BA), que abriu em sociedade com uma empresária local, Níl Pereira, em 2012. Mas, em 2014, foi demitida em um grande corte. Experiência que inspirou a criação do seu blog Vida sem Crachá, editado em livro no ano passado.

Apesar de Claudia já ter uma carta na manga, a demissão a deixou desorientada por certo tempo. A primeira atitude foi mudar sua forma de consumir. Cada dinheiro economizado era um tempo a mais para decidir o que ia fazer. Trocou o carro pela bicicleta, cancelou a TV por assinatura, mudou para uma casa menor. “Liberdade individual é proporcional à segurança financeira. A gente descobre que pode viver com muito menos e que é uma delícia.” Diferentemente do que se pode imaginar, Claudia não vê o momento como uma crise, mas como uma “transformação” devido à revolução digital. “Estamos dentro do processo histórico e é difícil avaliar o quanto isso significa. Quero viver mais uns 20 anos para poder falar disso como testemunha ocular da história.”

Menos pressão, mais exigência

Enquanto a sócia cuida da parte mais operacional na pousada, Claudia responde pela gestão das reservas, pelo financeiro e pelo marketing, atividades que pode executar a distância. (Durante a semana, ela geralmente está em São Paulo.) Claudia acredita que trabalha mais como empreendedora do que como funcionária. “Não tenho mais a pressão do chefe. Mas sou mais exigente agora do que era como executiva.” Nem por isso parou por aí. A dupla está abrindo uma loja para vender arte popular e móveis (que já atraíam o interesse dos hóspedes da pousada) e administrar reformas e manutenções, para atender as casas de veraneio da vizinhança. —–

Com música e dentes

O confisco da poupança, em 1990, época em que a inflação passava dos 100% ao mês, levou o então dentista Carlos Althier de Souza Lemos Escobar a perder tudo o que tinha, inclusive sua clínica. “O Brasil me fez fechar as portas e dispensar 17 funcionários”, lembra do episódio ocorrido quando tinha 53 anos de idade. Aquela crise só não tirou a música de Guinga, como é conhecido o violonista de renome internacional.

Seu caso com o violão era antigo, mas foi interrompido pelo consultório. Já com 16 anos, Guinga acompanhava artistas como Beth Carvalho, Clara Nunes e Cartola. Como músico mal pago que precisava se sustentar, decidiu viver como doutor quando entrou na faculdade de odontologia, aos 20 anos. “Não me arrependi de ter mudado. Tive muitos anos de estabilidade e pude formar minha família.” De forma alguma a vida foi fácil. Trabalhava de 6h30 às 22h, de segunda a sábado, sem nunca tirar férias. Mesmo assim, nunca deixou de tocar. “Quando a gente quer, sempre arranja tempo. Compunha muito no consultório. Mas minha ideia era voltar para a música só quando tivesse meu cavalo amarrado na sombra.”

Ele reconhece que a situação hoje não está boa. “No Brasil, o mercado sempre foi complicado.” Por isso aprendeu a diversificar. Só no primeiro semestre deste ano foi três vezes à Europa e uma aos Estados Unidos para fazer shows. “Hoje, com 66 anos, tenho nome firmado; não vendo muito, mas sou bem-sucedido e respeitado.” —–

Máquina de empreender

Ainda no ensino fundamental, Francisco Forbes começou a programar e desenvolver sites. O pagamento era feito na forma de permutas com as empresas que atendia. Apesar de ter se formado arquiteto no Brasil e estudado cinema nos Estados Unidos, nunca trabalhou com nada disso. Ligou-se cada vez mais ao mundo digital e se tornou um empreendedor em série.

Depois de trabalhar com marketing digital nos EUA, voltou ao Brasil, em 2007, decidido a abrir sua própria empresa na área. Driblou as dificuldades se tornando o braço digital de grandes agências de propaganda. “Em um ano já tinha 70 funcionários. Aprendi errando de todas as maneiras possíveis. Descobri o que era imposto, tomei processo trabalhista e levei golpe”, conta.

Quando fundos de investimento ao estilo norte-americano vieram para o Brasil, Forbes participou de uma série de startups, como Groupon, Dafiti, Submarino, assim como dos próprios fundos. Logo um desses fundos comprou sua agência e, com outros dois negócios, montou a Infracommerce, da qual Forbes foi vice-presidente por dois anos. Hoje, ela é o maior distribuidor de tecnologia e desenvolvimento para comércio eletrônico da America Latina, com clientes do porte de Danone, Unilever e Ray-Ban.

Forbes saiu de lá em 2014 para montar a Seed, empresa que leva ao varejo físico a mesma inteligência das métricas usadas no e-commerce. Um robozinho instalado na porta da loja e integrado ao caixa conta quantas pessoas entraram, se compraram, o que compraram, se voltaram outro dia, etc. “Com essas informações, varejistas como Ponto Frio, Centauro, Ri Happy, bancos e aeroportos podem tomar decisões sobre promoções, investimentos em marketing, reformas físicas e otimizações.”

Cultura da horizontalidade

Apesar do extenso currículo, Forbes ainda tem 27 anos. “A barreira do tempo acabou. Hoje tenho mais valor – do ponto de vista de geração de dinheiro e de receita – do que muito executivo com 20 anos de empresa”, diz. Ele destaca que sua geração está criando uma nova cultura marcada por horizontalidade, colaboração, transparência e ética. “As notícias correm muito rápido – para o bem e para o mal. Antes era preciso sair nos jornais, hoje basta o Facebook.”

Recentemente, ele foi convidado a ser sócio de uma cervejaria. Mas alerta que o sucesso não vem fácil: é preciso trabalhar muito. “VIvo uma constante angústia de liquidez, não controlo minha agenda e já fui parar no hospital por estresse.”

Fonte: < https://www.revistaplaneta.com.br/o-futuro-do-emprego/

Mercosul marca reuni ão urgente para disc utir crise no Brasil

Chanceler argentina fale em “apoio institucional” e pede que tudo se realize conforme a Constituição

CARLOS E. CUÉ

Buenos Aires 22 MAR 2016 – 01:56 CET

Mauricio Macri, presidente da Argentina Victor R. Caivano AP

Os chanceleres (ministros de Relações Exteriores) procuram combinar suas agendas para realizar uma reunião emergencial para tratar da crise no Brasil. A informação foi dada pela chanceler argentina, Susana Malcorra, que organiza o encontro. A Argentina, maior força do Mercosul além do Brasil, está tão preocupada com a crise brasileira que defende que o Mercosul se reúna “mesmo que seja por meio de vídeo-conferência”, para prestar “apoio institucional” ao Brasil e transmitir uma mensagem de unidade. O encontro deverá se realizar antes da chegada do presidente dos EUA, Barack Obama, a Buenos Aires, segundo declarou a chanceler argentina. A urgência é total.

Durante entrevista coletiva no palácio de San Martín pautada pela visita de Obama à Argentina, Malcorra não escondeu a enorme preocupação na região com a situação brasileira. “A preocupação é evidente. É muito grave que um país com o peso, dimensão e importância regional do Brasil esteja sendo atingido por uma crise institucional. É algo que deixa a todos nós preocupados. É fundamental encontrar uma saída institucional da melhor forma dentro dos marcos democráticos. Queremos evitar uma desestabilização da região. Há um interesse profundo no sentido de que o Brasil solucione adequadamente sua situação retomando sua capacidade de crescimento. Isso é bom para o Brasil e para todos. O fato de o principal membro do Mercosul estar passando por uma situação difícil impacta em todo o Mercosul”, insistiu.

Questionada sobre a possibilidade da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para excluir o Brasil temporariamente, Malcorra deixou essa porta aberta, mas apenas como uma hipótese, esclarecendo que não é esta a posição da Argentina neste momento. O Governo de Mauricio Macri chegou a colocar a possibilidade de aplicação da cláusula democrática no caso da Venezuela devido à manutenção na prisão de opositores, mas não chegou a ir adiante porque a Argentina se encontrava em minoria. Após as eleições de dezembro, em que o chavismo foi derrotado, Macri deixou de colocar a questão.

“Há uma cláusula democrática no Mercosul, e é preciso saber se as condições para sua aplicação estão colocadas”, explicou Malcorra, em resposta a uma pergunta direta sobre o tema. “Não estou segura disso, não discutimos o assunto, não está em nossa agenda por enquanto que seja aplicada alguma suspensão temporária do Brasil do Mercosul, mas isso poderia, eventualmente, acontecer. Acreditamos, sim, que qualquer passo a ser dado tem de estar dentro daquilo que os princípios democráticos e a Constituição do Brasil preveem. É complexo, claro, há muitas contradições. Nossa mensagem é no sentido de que não se pode fazer nada contra o que está previsto na Constituição brasileira”, insistiu, referindo-se ao processo político em curso no caso da presidenta Dilma Roussef.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/22/internacional/1458605555_849165.html?id_externo_rsoc=FB_CM

Com medo de protesto s, Nike cancela lanç amento de camisa da seleção

Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro

17/03/201600h25

  • REUTERS/Ueslei Marcelino

Marcado originalmente para a manhã desta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro, o lançamento da nova camisa da seleção brasileira de futebol foi cancelado. Segundo a Nike, fornecedora de material esportivo da equipe nacional, a decisão de postergar o evento foi tomada por causa de um temor sobre protestos violentos relacionados à conjuntura política do país.

Na tarde de quarta-feira (16), depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido confirmado como novo ministro da Casa Civil, houve manifestações, panelaços e buzinaços em pelo menos 16 Estados e no Distrito Federal. Por causa dos protestos, as pistas central e lateral da Avenida das Américas foram interditadas no sentido Santa Cruz, na altura da Avenida Salvador Allende.

O lançamento da nova camisa da seleção brasileira seria feito em uma quadra pública de futebol society no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. Como o espaço é aberto, a Nike ficou com medo de não conseguir conter manifestações mais violentas.

O design dos novos uniformes da seleção brasileira ainda não foi confirmado, mas a coleção que seria apresentada na quinta-feira teria como grande novidade o calção amarelo no kit reserva (abandonando, portanto, os shorts brancos).

Os novos uniformes da seleção brasileira serão usados pela primeira vez no dia 25 de março, na Arena Pernambuco, em jogo contra o Uruguai pelas Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2018. Além disso, vestirá a equipe nacional na Copa América deste ano.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2016/03/17/com-medo-de-protestos-nike-cancela-lancamento-de-camisa-da-selecao.htm

Cubama: Barack Obama visits Cuba

Cubama

The United States and Latin America can profitably draw closer, but only if the next president agrees

Mar 19th 2016 | From the print edition

  • Timekeeper

CAUTION has been a watchword in the foreign policy of Barack Obama. But in one part of the world he has been adventurous. For any of the nine preceding American presidents, his planned visit to the Cuba of Raúl and Fidel Castro, on March 21st and 22nd, would have been unthinkable (see article). It crowns a bold gambit in which Mr Obama has restored diplomatic relations, frozen for 54 years, and begun to loosen the economic embargo against the island. He is betting that engagement with one of America’s neighbours will do more than isolation to bring its Communist regime to an end.

Moreover, engagement with Cuba will lance a boil that has poisoned relations between the United States and the whole of Latin America. After a period in which China appeared to be displacing America in what some once called its backyard, those links could become increasingly warm and mutually profitable—so long as the next president seizes the opportunity. On the evidence of America’s rancorous election campaign, there is a danger that he or she will not (see article).

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How to change Cuba

Mr Obama’s bet is the right one. The American embargo against Cuba is an exercise in futility. It is a cold-war anachronism that hurt Cubans (and Americans) rather than the Castros, who use it to justify their police state and as an excuse for the penury inflicted on the island by communism.

The rapprochement comes as Cuba is changing, albeit at the pace of one of those patched-up 1950s cars that delight tourists to the island. Thanks to reforms Raúl Castro started when he took over as president from his elder brother in 2008, some 1m Cubans (one in five of the workforce) are members of an incipient private sector. Revenue from tourism, some of which goes to small businesses, and remittances from the diaspora are growing, just as aid from Venezuela is diminishing.

Officially, Mr Castro’s reforms are an “updating of socialism”, not an embrace of capitalism, let alone democracy. Mr Obama’s critics conclude that he has given the Castros a free pass. Yet Cuba was never about to become a democracy overnight. Because the regime remains entrenched, political change is more likely to come gradually and from within. In 2018 Mr Castro intends to stand down as president. His likely successor, Miguel Díaz-Canel, was born after the Castros’ revolution in 1959. Cubans will judge him on his ability to improve their lives, which will require more economic reforms. The hope must be that, as Cuba becomes more prosperous and connected, political liberalisation will follow.

Engagement can accelerate this process. Mr Obama is a powerful symbol among the many Afro-Cubans of the opportunities offered by freedom. Contact between two close and related nations through commerce, tourism and the reconnection of families will only feed the desire for change.

There is another motive for Mr Obama’s opening to Cuba. The embargo has been a symbolic irritant in relations between the United States and its neighbours. Over the past 20 years or so, Latin American politicians of all stripes have come to oppose it. All the countries in the region have diplomatic and commercial ties with Cuba. The embargo has been taken as a symbol of American imperialism. Even many Latin American conservatives resent it.

In recent years the United States and Latin America have in some ways drifted apart. Washington has other preoccupations, from the Middle East to Asia. Latin American countries profited from China’s appetite for their minerals, fuels and foodstuffs. The political cycle brought to power a crop of left-wing, anti-American leaders who saw in China an attractive alternative to the rigours of the IMF and the sometimes hypocritical lectures on drugs and human rights from Washington.

This is bad for America. Although no region commands less attention in the foreign policy of the United States than Latin America, no region is more important to the daily lives of Americans. The two halves of the Americas are linked by trade, investment, tourism, family and remittances. Latin America takes a quarter of American exports, a similar proportion to Asia. Mexico, along with Chile and Peru, is a member of the Trans-Pacific Partnership, Mr Obama’s attempt to set the rules for trade and investment in the 21st century.


Cuban thaw: a history of US-Cuban relations

The opening to Cuba can help heal the rift. It comes as the Latin American left is in retreat, because of the commodity bust and its own mistakes. Mauricio Macri, Argentina’s new president whom Mr Obama will visit after Havana, represents a pragmatic centre-right, well disposed to America.

In his second term Mr Obama has become enthusiastic about the gains from closer ties with Latin America. The administration has launched an effort to reduce drug-related violence in Central America. It has helped Colombia’s government in long-running peace talks with the FARC guerrillas, which take place in Havana. Though a final agreement will not be reached before the March 23rd deadline set by both sides, there may be a symbolic handshake between them while Mr Obama is there. As with Cuba, immigration reform, albeit thwarted, and the downplaying of the failed war on drugs assuage long-standing Latin American grievances.

Don’t stop thinking about tomorrow

There is a risk that Mr Obama’s successor will take a different path. The obvious threat comes from Donald Trump, the Republican front-runner, whose proposal to build a wall along the border, and demand that Mexico pay for it, is an insult to one of America’s most important trade and political partners. The bombastic billionaire’s nativism has influenced other Republican contenders to harden their already uncompromising policies on immigration. The Democrats are less xenophobic than Mr Trump but are tempted by his protectionism.

Mr Obama’s diplomacy leaves a choice for the next president: turn your back on Latin America and feed its resentments and failings, or help it become America’s front yard, a region of increasingly prosperous democracies linked by economic and political ties. The visit to Havana is a welcome step down this path.

From the print edition: Leaders

FONTE:

Lei permite que gove rno da Argentina reg ule lucros, produção e preços

Congresso argentino aprovou um forte instrumento de intervenção.
Projeto tem semelhança com legislação implantada na Venezuela.

Délis OrtizBuenos Aires, Argentina

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O governo argentino conseguiu, no Congresso, a aprovação de um brutal instrumento de intervenção nas empresas, com o qual poderá agora regular lucros, produção e preços. O governo tem maioria no Congresso, mas a lei passou com dificuldade.

O projeto tem várias semelhanças com uma legislação implantada na Venezuela, em janeiro, que provocou o desabastecimento de alimentos e produtos de higiene pessoal. A lei também prevê que o governo controle a produção e os preços de produtos básicos.

Empresários e oposicionistas temem que a lei provoque a queda de investimentos e agrave a crise econômica. Tecnicamente, o país está em recessão, em moratória e com a segunda maior taxa de inflação do continente e deve fechar o ano em torno de 40%.

O dólar segue batendo recordes. Em janeiro, o paralelo quebrou a barreira dos 10 pesos, e virou o “dólar Messi”, como se o número da camisa do craque argentino suavizasse o problema. A moeda americana, agora, chegou a 15 pesos e ninguém sabe onde vai parar.

Temerosa, a American Airlines proibiu a venda de passagens aéreas com mais de três meses de antecedência.

Em sua conta no Twitter, a presidente Cristina Kirchner chamou a companhia americana de “abutres com turbinas”, e disse que a medida faz parte de um complô internacional para atacar a economia do país e assustar os argentinos. Como se eles precisassem de ajuda externa para levar sustos.

fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/09/lei-permite-que-governo-da-argentina-regule-lucros-producao-e-precos.html

Ascensão social na África atrai exportadores brasileiros

O governo e os empresários brasileiros acreditam que o recente modelo de consumo em massa, ascensão social e inclusão econômica do país será reproduzido na África na próxima década e esperam aumentar seus investimentos e exportações para o continente.

"A África é a nova fronteira do mundo em desenvolvimento", declarou nesta segunda-feira Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que pediu que o governo elaborasse uma estratégia de longo prazo para aumentar as exportações a países africanos.

Durante um seminário sobre negócios entre Brasil e África organizado pela CNI em São Paulo, vários cenários promissores foram traçados sobre as oportunidades de negócios no continente.

"A África está vivendo uma segunda onda de consumo. Jovens migrando do campo para as cidades, uma ebulição urbana. Vemos que pode acontecer o mesmo que no Brasil, daqui 10 ou 15 anos, com a ascensão social", avaliou, por sua vez, Ana Paula Repezza, gerente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

O comércio entre Brasil e África avançou mais de 400% na última década, mas o crescimento médio das vendas do Brasil para a África ficou abaixo de seus principais concorrentes, de acordo com um relatório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo dados da CNI, entre 2010 e 2013 o crescimento das exportações brasileiras para 54 países africanos foi de 6%, contra 9,16% da União Europeia, 11,85% do México, 13,41% da China e 22,28% da Índia.

"O Brasil carece de uma estratégia de longo prazo para competir com outros países na África. Mas está claro que a África quer uma estratégia com o Brasil, com grande potencial de que se repita nos países africanos aquilo que deu certo no Brasil", opinou Abijaodi.

O diretor da CNI se referiu assim à política de cooperação iniciada em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em termos de agricultura e capacitação das escolas industriais montadas para trabalhadores africanos pelas construtoras brasileiras.

"É uma política não colonialista", concordaram os dirigentes da CNI e da Apex-Brasil.

Casos de sucesso como o da mineradora Vale, cujo maior plano global é uma mina de carvão em Moçambique, ou da fabricante de ônibus Marcopolo, instalada no Egito, foram citados no seminário.

Para o sul-africano Michael Lalor, diretor para a África da empresa de consultoria Ernst&Young, até 2007, 25% dos principais investimentos estrangeiros no continente estavam focados nas matérias-primas.

"O foco em 2013 é tecnologia, serviços financeiros e consumo, com a maioria dos jovens migrando do campo para as cidades", comentou Lalor.

Além disso, o sul-africano foi pontual ao indicar a capital de Angola, Luanda, como o grande centro de negócios da África Subsaariana. "Parece ser o que era Dubai há várias décadas", comentou.

Os especialistas acreditam que o crescimento no continente africano nos próximos seis anos será de aproximadamente 10%.

O professor da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Arbache, especialista em África, afirmou que a grande aposta das empresas é a capacitação, mas que também querem adaptar sua mentalidade para o "modelo de negócios local".

Além disso, ofereceu um dado para incentivar os investidores na indústria de alimentos: 60% dos terrenos não cultivados do mundo se encontram na África.

"É arriscado investir na África? Sim, mas é mais arriscado não estar presente na África", opinou.

Outro debate foi aberto por Pedro da Motta Veiga, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), que destacou que o Brasil tem uma presença "desigual", se comparado à China, por conta do amplo financiamento que os chineses dedicam ao comércio.

Nesse sentido, Veiga se perguntou se será possível para o Brasil utilizar uma estratégia de financiamento para suas empresas multinacionais na África através do recém-criado Banco dos Brics.

(Fonte: Revista Exame)

fonte: http://www.gsmd.com.br/pt/noticias/mercado-consumo/ascensao-social-na-africa-atrai-exportadores-brasileiros

Chegam os primeiros animais da Expointer

Mais de 4,9 mil exemplares, representando 35 raças, estão inscritos para participar da nova edição da exposição
MARCO QUINTANA/JC Até as 19h de ontem, 124 ovinos foram recebidos no local do evento
Até as 19h de ontem, 124 ovinos foram recebidos no local do evento

Os primeiros animais que participarão da 37ª Expointer chegaram ontem ao Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A abertura dos portões ocorreu às 7h e contou com a presença do secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, além de representantes das entidades do setor.

Até as 19h de ontem, entraram no parque 307 animais, sendo 155 equinos, 124 ovinos e 28 bovinos. No total, 4.932 animais, entre bovinos, ovinos, equinos, suínos, aves, caprinos, representando 35 raças, estão inscritos nesta edição da Expointer.

Fioreze ressaltou que 130 servidores do Departamento de Defesa Agropecuária, entre agrônomos, zootecnistas e veterinários, estão à disposição dos expositores. O secretário destacou ainda os investimentos de R$ 12,3 milhões que viabilizam melhorias como drenagem das pistas, cercamento, reformas, ampliação da área de camping e novos lavatórios. Ações que, segundo Fioreze, fazem parte do projeto de modernização de toda infraestrutura do parque.

Claudio Fioreze também inaugurou o novo lavatório de animais, localizado em frente ao pavilhão do gado de corte, junto à pista central. No total, foram investidos R$ 219 mil. A solenidade encerrou com a entrega simbólica das credenciais para as entidades promotoras da feira.

Entre as novidades desta edição da Expointer, que deve consolidar os números do ano passado, R$ 3,2 bilhões em prospecção de negócios, estão os terminais de autoatendimento para quem preferir adquirir ingressos por meio de cartão de débito, bandeiras Visa e Mastercard. Serão sete terminais, sendo um localizado no edifício sede da Secretaria da Agricultura em Porto Alegre. Em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs), também será disponibilizada uma rede wireless e totalmente gratuita aos visitantes do Parque.

A 37ª Expointer ocorre entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro. A realização do fórum sobre logística e infraestrutura para exportação de grãos e a formalização da Aliança Láctea Sul Brasileira, que reúne Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, são alguns dos destaques da programação da feira, além de assinatura de convênios, entrega de equipamentos para municípios e a apresentação dos novos projetos de modernização.

Parque de Exposições Assis Brasil terá acesso secundário pela BR-448

Visitantes que prestigiarem a 37ª Expointer vão poder usar a BR-448, também conhecida como Rodovia do Parque, para chegar ao evento. A liberação deste acesso secundário construído na Avenida Cezar Antônio Bettanin deve ocorrer na próxima quinta-feira, dia 28.

“Nós estamos comprometidos com a melhoria do fluxo de veículos. A ligação da rodovia permitirá o acesso de veículos a um dos estacionamentos do Parque, o que desafogará a BR 116”, frisou Adeli Sell, subsecretário do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil.

A abertura dos portões da Expointer para a visitação do público será no próximo sábado, dia 30, às 9h. Os valores para o acesso são de R$ 12,00 para o ingresso normal e R$ 5,00 para crianças e idosos. O estacionamento será de R$ 30,00 com isenção de ingresso para o motorista. O evento segue até 7 de setembro.

Estado terá força-tarefa para ampliar orientações sobre cadastro ambiental

O governo do Estado publicará, nos próximos dias, decreto que criará uma força-tarefa para garantir mais celeridade no processo de orientação aos proprietários rurais do Rio Grande do Sul que, como em todo o País, estão obrigados a fazer seus registros no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Uma das medidas de resultado imediato alocará, por tempo determinado, na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), 12 engenheiros agrônomos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio.

Dessa forma, a Sema reforça o trabalho que vem realizando desde o ano passado para facilitar o cadastramento e, em seguida, a análise dos dados incluídos pelos proprietários. Essa segunda etapa somente será possível a partir da disponibilização pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) do módulo necessário para esse trabalho no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) – o que deve ocorrer ao longo de outubro.

Demanda aquecida segue sustentando preço da soja no mercado nacional

A demanda pela soja em grão e pelo farelo continua sustentando os preços da oleaginosa no mercado nacional. Nos portos, os negócios em Paranaguá (PR) seguem pontuais, com ligeiros aquecimentos em períodos em que compradores precisam completar cargas de navios – a China segue como o principal destino do grão brasileiro.

De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as negociações para entrega da soja, nos próximos seis a oito meses, continuam registrando valores menores que os atuais. Em relação aos preços, o Indicador da soja Paranaguá Esalq/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados, teve média a R$ 67,42 a saca de 60 quilos na sexta-feira, dia 22, uma elevação de 0,4% em relação à sexta anterior.

Para o farelo de soja, a demanda está firme, o que tem elevado os preços. Já quanto ao óleo de soja, a baixa qualidade do grão faz com que o derivado passe várias vezes pelo processo de drenagem para ficar adequado para a área alimentícia, o que reduz as vendas e pressiona as cotações.

Feira terá leilão virtual pela primeira vez

A 37ª Expointer traz uma novidade na área dos leilões. Acontece no dia 5 de setembro, sexta-feira, a partir das 14h, um leilão virtual, o remate Lance Rural. A expectativa é de que o número de animais cadastrados supere o montante de duas mil unidades – gado de cria, recria e engorda.

Todos os lotes a serem leiloados são filmados e inspecionados por técnicos credenciados. As informações sobre os animais como categoria, cruzamentos, idade, peso, regime alimentar, infestação por carrapatos, entre outras, estarão à disposição dos interessados antecipadamente, facilitando o processo para os possíveis compradores. “Outro importante diferencial é que o animal não precisa ser transportado até o recinto. O gado só sai da fazenda do vendedor para ser entregue ao comprador”, informa Adeli Sell, subsecretário do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil.

O Leilão será transmitido ao vivo pelo Canal Rural e pelo site C2Rural (www.c2rural.com.br). Uma das novidades desta edição é a parceria da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), entidade que se destaca pela exigência nos padrões de qualidade de seus reprodutores e matrizes. Para conferir os lotes já cadastrados e ficar por dentro da qualidade dos animais ofertados, deve ser acessado o site www.lancerural.com.br

FONTE: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=171041

BRASIL – maior exportador mundial de suco de laranja, mas não vende para o mercado interno

Por que o suco de laranja custa tão caro no Brasil

Custo de produção e carga tributária elevados fazem com que o suco natural em caixinha fique bem longe da casa da maior parte dos brasileiros

Marília Carrera
Suco de laranja

BRASIL – maior exportador mundial de suco de laranja, mas não vende para o mercado interno (Getty Images/iStockphoto/VEJA)

A dinâmica de exportações de muitos países produtores de alimentos mostra um comportamento curioso: não raro exportam-se os bons produtos e impõe-se ao mercado interno uma oferta de qualidade inferior. O custo Brasil, que consiste na fórmula nociva de alta carga tributária, infraestrutura ruim e burocracia, é uma das explicações para tal discrepância, pois onera e torna muitos ítens inacessíveis. Um ambiente de baixa concorrência, com poucos players de mercado, também funciona como desestímulo à comercialização de bons artigos. No Brasil, são incontáveis os exemplos de produtos e serviços de preço alto e baixa qualidade ofertados aos consumidores. O setor de alimentos é onde se encontram os casos mais emblemáticos: do café à carne, da soja à cachaça. Contudo, nenhum produto ilustra tão bem essa dinâmica quanto o suco de laranja. Mesmo sendo o maior exportador mundial, com uma produção anual de mais de 850 mil toneladas, o Brasil comercializa, sobretudo, bebidas com pouca fruta e muitos ingredientes artificiais. O consumo do suco verdadeiro — aquele feito com 100% da laranja e sem conservantes ou corantes — é ínfimo: não passa de 59 milhões de litros por ano (o equivalente a um copo de 300 ml por habitante, por ano) enquanto na Grã-Bretanha, por exemplo, chega a 634 milhões. O país europeu é um dos grandes compradores do suco brasileiro, ao lado da Alemanha e da França.

Ainda que o baixo custo da laranja estimule os brasileiros a fazerem em casa seu próprio suco, a praticidade da bebida em caixinha poderia ganhar mais adeptos não fosse seu preço. Levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) aponta que o valor médio da caixinha ultrapassa 6 reais. Mas, nas gôndolas das grandes cidades, facilmente se encontra um litro por cerca de 10 reais. Na França, por exemplo, um litro de suco integral pode sair por menos de 1 euro (algo em torno de 3 reais). A alta carga tributária, de 27,5% (apenas em ICMS, PIS e Cofins, sem contar os tributos cobrados ao longo do processo produtivo), e a margem de ganho dos varejistas (mark up, no jargão do setor), de 51%, transformam a bebida num verdadeiro artigo de luxo. Na França, esses dois porcentuais são de 5% e 25%, respectivamente.

Alternativa mais barata é o néctar, que contém um porcentual de 20% a 50% de suco concentrado, e o restante não passa de água, corantes, conservantes e açúcar. Não à toa, consumidores confundem o néctar com o suco verdadeiro. Para se ter uma ideia, o principal envasador de néctar no Brasil é a Coca-Cola, dona da marca Laranja Caseira, cujo preço nas gôndolas está em torno de 5 reais. Já na França, a Coca-Cola comercializa a marca Minute Maid, de sucos 100% naturais, provenientes de um dos três maiores fornecedores brasileiros do produto: a Cutrale. Aos franceses, a Coca não vende néctar, apenas suco. No Brasil, é dona ainda da Del Valle, a marca de néctar mais vendida do país. Procurada pela reportagem, a Coca-Cola não quis comentar por que não vende suco natural no Brasil. “A indústria engarrafadora produz o néctar porque essa bebida tem margem maior. O suco de laranja integral é um produto que precisa de matéria-prima nobre e cara. E, quanto maior o preço, menor o consumo. No Brasil, se o consumo já é baixo e o preço continua subindo, entra-se num círculo vicioso”, explica Ibiapaba de Oliveira Martins Netto, diretor-executivo da CitrusBR, que representa os maiores fornecedores brasileiros de suco concentrado — a commodity usada tanto para fazer o suco, quanto o néctar e o refresco.

VEJAArte - suco de laranja

​As marcas de sucos 100% naturais em caixinha no Brasil são escassas e sua distribuição é limitada aos grandes centros. Entre as principais estão Do Bem, Xandô e Fazenda Bela Vista. Para Marcos Leta, presidente da Do Bem, o consumidor está predisposto a consumir produtos naturais com praticidade. Exemplo disso é que o segmento cresceu 32% apenas em 2013, segundo a Makerstrat. Mas, o preço elevado decorrente dos altos impostos e o fato de muitos confundirem néctar com suco são entraves de difícil solução. “Passamos por dificuldades para fazer varejistas e as próprias pessoas entenderem o que é o suco integral. Quando se falava néctar, imaginava-se que néctar era a coisa mais pura que existia. E é exatamente o contrário”, afirma. Refrescos, que possuem ainda menos fruta, e têm preço muito menor, são mais consumidos pelos brasileiros que o próprio néctar — cerca de 854 milhões de litros ao ano, contra 126 milhões de litros. A diferença é que os consumidores dos refrescos são mais conscientes de que se trata de uma bebida artificial. O que não ocorre no caso do néctar.

O professor de Economia e Administração da FEA/USP, Marcos Fava Neves, explica que ainda que o mercado interno de suco de laranja seja pouco desenvolvido, tem potencial de crescimento influenciado, sobretudo, pelo aumento da renda da população e a migração para hábitos de consumo mais saudáveis, substituindo refrigerantes por suco. Outro fator de estímulo é a grande produção local para exportação. “O Brasil tem 50% da produção mundial e 80% do comércio mundial de suco de laranja. Isso significa que temos como abastecer o mercado brasileiro”, afirma Netto, da CitrusBR. Para reduzir o preço do produto, a CitrusBR quer que o governo autorize a isenção fiscal — pleito, digamos, audacioso em tempos de arrecadação desacelerada e crescimento econômico próximo de zero. Caso contrário, os brasileiros que quiserem tomar suco natural continuarão com duas opções nem sempre viáveis: pagar caro ou espremer as laranjas.

Comércio exterior

FONTE http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/143694-em-veja-por-que-o-suco-de-laranja-custa-tao-caro-no-brasil.html#.U-g0H_ldWi8

Embargo russo favorece vendas do Brasil

Medida deve impulsionar exportações brasileiras de carnes e grãos, acredita secretário do Ministério da Agricultura
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, afirmou, nesta quinta-feira, que o embargo da Rússia à importação de produtos de países que impuseram sanções ao país em razão da crise na Ucrânia pode abrir portas para uma “revolução” nas exportações brasileiras de carne e grãos – especialmente milho e soja. “Sem dúvida, do ponto de vista de commodities agrícolas, é positivo. A Rússia tem um potencial de grande consumidor de commodities agrícolas, não só de carne” disse.

Segundo ele, o governo brasileiro habilitou 90 plantas frigoríficas para exportar ao mercado russo e a tendência é de que o volume de carne suína e bovina vendida para a Rússia cresça. “O embargo da Rússia aos Estados Unidos abre uma janela para exportação. O país é um grande consumidor de carne e grãos”, afirmou.

O governo russo anunciou, nesta quinta-feira, que irá suspender a compra de produtos dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Austrália e Noruega. O gesto foi uma resposta às sanções da Europa e dos EUA envolvendo a anexação da Crimeia. O presidente Vladimir Putin formalizou a imposição de restrições à importação de produtos agrícolas de qualquer país que tenha aderido ao bloqueio contra Moscou por causa da crise na Ucrânia. A medida aprofunda a crise entre Ocidente e russos, mas abre as portas para um aumento das exportações brasileiras.

Na avaliação de Paludo, o movimento político do Kremlin pode ter um efeito parecido com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2011, quando houve um “abalo sísmico” no mercado de commodities agrícolas. “O embargo é uma grande oportunidade do mercado e do governo para trabalhar para exportar milho e soja. Do mesmo jeito que aconteceu um processo de revolução há 12 anos atrás, talvez a gente esteja vendo um processo que pode causar uma revolução na exportação brasileira”, afirmou.

Mais contido, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mauro Borges, minimizou os impactos positivos da decisão da Rússia. “O mercado mundial de alimentos é hoje muito propício para o Brasil e acredito que esse efeito não é significativo para a ampliação do mercado brasileiro. Já temos um amplo mercado de exportação agrícola para o mundo. E não acredito que essa medida de retaliação comercial da Rússia em relação a seus parceiros americanos e europeus vá afetar o desempenho do mercado externo brasileiro de produtos agrícolas, que já é muito amplo”, disse.

Governo federal defende cautela diante da decisão comercial de Vladimir Putin

A abertura da Rússia aos produtos agrícolas brasileiros, como carnes e produtos lácteos, poderá esbarrar na falta de capacidade dos fornecedores para atender a demanda de curto prazo. A avaliação é do próprio governo federal, que adotou cautela ao avaliar a decisão russa de ampliar as importações de produtos alimentícios do País.

O secretário executivo do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Daniel Godinho, avalia que é cedo para especular ganhos e que é preciso estudar a capacidade dos fornecedores para a nova demanda. Já o ministro Mauro Borges minimizou o impacto da medida para fornecedores brasileiros. Para ele, o mercado de alimentos já é “propício” ao País.

O secretário avaliou que o mercado russo é “enorme”, mas pediu “serenidade” dos fornecedores antes de uma definição sobre novas encomendas. “Não há o que especular agora. É preciso fazer um estudo para saber quais produtos podemos oferecer no curto prazo. Vamos conversar com o setor privado para ver”, reforçou.

Já o ministro afirmou não ver efeito significativo na abertura do mercado. “Acredito que esse efeito não é significativo para ampliação do mercado brasileiro. Já temos amplo mercado de exportação agrícola para o mundo, não acredito que essa medida de retaliação da Rússia em relação a seus parceiros vá afetar o mercado brasileiro”, afirmou Borges.
Uma missão brasileira do Ministério da Agricultura retornou, nesta quinta-feira, de Moscou, onde discutiu detalhes sobre uma nova cooperação comercial entre os países. Os enviados brasileiros apresentaram medidas tomadas pela indústria brasileira para atender as exigências sanitárias da Rússia, fator que limitava as exportações.

A cautela do governo confirma receio dos produtores que avaliam não ser possível aumentar imediatamente a oferta de produtos para exportação. O alvo russo são produtos como carnes, peixes, frutas e verduras, além de lacticínios. No mercado de carnes, a preocupação é maior para a carne suína e para os frangos, que atendem prioritariamente ao mercado doméstico.

Moscou também busca parcerias com Argentina, Chile e Equador, como forma de compensar as sanções impostas pelos países desenvolvidos. A Rússia confirmou o embargo às importações dos produtos de países da União Europeia, Estados Unidos, Noruega, Austrália e Canadá.

Para Turra, não há como atender demanda de imediato

A autorização do governo russo para mais quatro plantas frigoríficas de carne suína brasileira exportarem para a Rússia foi recebida com moderação pelo setor, que projeta uma produção de 3,49 milhões de toneladas em 2014. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirma que um rápido aumento de demanda não tem como ser atendido de imediato pelo Brasil. “Nossa oferta de carne suína é muito baixa, e o ciclo para aumentar a produção é de dez meses”, afirma à reportagem.

Segundo ele, a meta do setor é exportar 500 mil toneladas de carne suína em 2014, com a expectativa de receita de US$ 1,7 bilhão. A Rússia aparecia na projeção feita no início do ano com uma importação de 60 mil toneladas e, agora, diante da manifestação de ampliar o consumo, a demanda russa pode chegar a 110 mil toneladas até dezembro.

Em um ano, segundo ele, a corrente comercial poderia crescer em mais 150 mil toneladas em relação ao volume atual, atingindo 210 mil toneladas. O principal problema, contudo, para a oferta acompanhar esta demanda é o humor dos compradores russos. “Temos há algum tempo uma relação tensa com eles”, relatou.

Turra recorda que o Brasil já chegou a exportar 300 mil toneladas de carne suína ao mercado russo por ano e, após uma série de embates de negociação, o volume caiu para 20% daquele total. A redução ocorreu depois que produtores do Leste Europeu foram privilegiados por decisões russas favoráveis a seus vizinhos.

O histórico faz o presidente da ABPA dizer que, para ampliar a produção de olho em Moscou, é necessário firmar contratos rígidos, com fornecimento garantido por mais de um ano, tendo em vista que o crescimento do rebanho suíno é mais lento do que o de frango, por exemplo. Turra avalia como viável e mais fácil atender a um aumento no consumo de carne de frango pelos russos. O Kremlin anunciou que 25 estabelecimentos estão habilitados para enviar o produto ao país.

Sindicatos europeus acusam brasileiros de oportunistas

Agricultores europeus acusam os exportadores brasileiros de “oportunistas” diante da crise na Rússia. Os maiores sindicatos de agricultores da Europa admitiram que o embargo russo terá impacto na renda do campo na União Europeia e pedem que Bruxelas leve o caso imediatamente aos tribunais da OMC.

Xavier Beulin, presidente da Federação Nacional de Sindicatos de Produtores Agrícolas da França, não poupou críticas ao Brasil. Segundo ele, a Rússia já preparou o terreno para essa medida, abrindo negociações com parceiros como Brasil, Argentina e China. “É uma atitude oportunista”, acusou Beulin, que pediu uma reunião com o presidente francês, François Hollande, para “exigir uma resposta”. Na França, a estimativa é que o embargo possa custar € 500 milhões em exportações.

O poderoso Sindicato Agrícola Europeu apelou a uma ação na OMC, alertando que a diferenciação que os russos fazem entre produtos brasileiros e europeus é “ilegal”. Na Espanha, o secretário-geral da Coordenação de Organizações Agrícolas e Pecuárias, Miguel Blanco, acusou o setor agrícola europeu de estar sendo manipulado por “considerações geopolíticas”.

fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=169363

Porto de Rio Grande redobra fiscalização para evitar casos de ebola

06/08/2014

Navios que vêm da área contaminada devem apresentar o estado de saúde da tripulação

Karoline Avilat
karoline.avila@rdgaucha.com.br

O Porto de Rio Grande, que recebe por ano cerca de 3 mil navios de diversas nacionalidades, está intensificando a fiscalização das embarcações procedentes de países africanos atingidos pelo vírus ebola.

De acordo com a Superintendência do Porto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que todos os navios que vêm da área contaminada pelo vírus apresentem o estado de saúde da tripulação antes de chegar ao Porto de Rio Grande.

Caso seja constatado algum doente, um médico da agência é chamado para examinar o paciente. A Secretaria de Município da Saúde fica responsável pelas ações preventivas.

Todas as embarcações que chegam ao porto apresentam um documento, conforme exigências do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que contêm informações sobre o navio, a viagem e a saúde da tripulação. Com a proliferação do vírus ebola na África, o documento deve chegar a Rio Grande antes da embarcação.

FONTE: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/porto-de-rio-grande-redobra-fiscalizacao-para-evitar-casos-de-ebola-111613.html

Correio vai para Hong Kong e Miami

Com o armazém em Miami, a ideia dos Correios é aumentar a venda de serviços de logística

Lu Aiko Otta, do

Lia Lubambo/ Arquivo EXAME

Central de distribuição dos Correios

Correios: medida deverá encurtar um pouco o tempo de espera do consumidor brasileiro, em alguns casos

Brasília – Na tentativa de melhorar a logística de um comércio que cresceu 400% nos últimos cinco anos, o de produtos adquiridos em sites estrangeiros, os Correios pretendem instalar dois armazéns internacionais: um em Hong Kong e outro em Miami (EUA). Para a empresa, são pontos estratégicos onde já há um fluxo grande de importação e, por isso, demanda por serviços de logística. A ideia é estimular também a mão inversa, com empresas brasileiras exportando para esses mercados.

“O grosso do nosso tráfego advém do comércio eletrônico”, disse o chefe do Departamento Internacional dos Correios, Alberto de Mello Mattos, referindo-se ao serviço postal “cross border”, ou seja, entre países. A estatal, disse ele, tem interesse em incrementar as duas mãos do comércio internacional.

O armazém em Hong Kong terá, segundo explicou, duas finalidades. Por um lado, servirá de ponto de apoio para vendas de produtos brasileiros no exterior. Será possível estocar lá os produtos ofertados no mercado chinês, o que tornará mais curto o prazo de entrega ao consumidor.

Esse lado exportador, porém, ainda não existe. Precisará ser estimulado, segundo informou o diretor.

O uso mais provável é o inverso, o de facilitar o trabalho do exportador chinês para o Brasil. A ideia é que os procedimentos burocráticos de importação, como a checagem de documentos e a tributação, seja feita antes de a mercadoria ser embarcada para cá.

Isso deverá encurtar um pouco o tempo de espera do consumidor brasileiro, em alguns casos. Não acontecerá, por exemplo, de um produto chinês viajar ao Brasil para só então se descobrir que faltam documentos, ou que se trata de um produto com entrada proibida.

Impostos. Porém, entre os procedimentos burocráticos a serem antecipados, está o pagamento de impostos. Assim, as pessoas que hoje compram na China pagando uma fração do que é cobrado nas lojas brasileiras deixarão de ter uma vantagem tão grande. Ao contrário do que se pensa, as compras no exterior são, como regra geral, tributadas – independentemente do valor. Isso não é feito hoje por falta de estrutura do governo. As fiscalizações ocorrem por amostragem.

“Vamos universalizar o tratamento aduaneiro”, disse o diretor. Hoje, admite ele, “vale a pena o risco” de comprar no exterior pela internet, porque poucas mercadorias pagam impostos para ingressar no País. Mas isso deverá mudar.

Um memorando de entendimentos assinado há cerca de dez dias com a gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba prevê que uma série de informações sobre as compras dos brasileiros serão transmitidas para o governo por meio eletrônico. Assim, a fiscalização poderá começar antes mesmo de o produto chegar aqui. A médio prazo, disse Mattos, a ideia é que o Alibaba cobre os impostos e taxas de serviços no ato da compra, como já ocorre em alguns sites americanos.

“Esse memorando de entendimentos é uma forma de dar passos para facilitar que empresas e pessoas no Brasil tenham acesso às nossas várias plataformas”, informou o grupo Alibaba. Em dezembro do ano passado, eles tinham 2 milhões de usuários cadastrados no Brasil – o que representou um crescimento de 200% sobre o ano anterior. Os clientes brasileiros, informou o grupo, estão entre os mais ativos de sua base.

EUA. Também com o armazém em Miami, a ideia dos Correios é aumentar a venda de serviços de logística. “Lá, tem um grande potencial para aumentar o fluxo, mas temos de eliminar alguns gargalos”, disse Mattos. Hoje, explicou ele, alguns sites americanos não vendem para o Brasil por problemas de logística reversa. Eles não querem arcar com o custo de levar a mercadoria de volta para os Estados Unidos, caso o consumidor brasileiro não concorde em pagar os impostos aqui.

O armazém, disse Mattos, funcionará como um endereço americano para ser usado por brasileiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/correio-vai-para-hong-kong-e-miami