Localização favoreceu venda da Eichenberg

Empresa Gaúcha foi adquirida pela Kuehne + Nagel, segunda maior companhia do setor de logística do mundo

Marcelo Beledeli

 
Kurt (e) e Gerson Eichenberg não confirmaram o valor da negociação

O potencial de crescimento do mercado brasileiro e latino-americano e a necessidade de expandir suas atividades na América do Sul foram os principais motivos para a empresa suíça Kuehne + Nagel, segunda maior do setor de logística do mundo, adquirir a gaúcha Eichenberg. Ontem, executivos das duas companhias reuniram-se no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, onde apresentaram informações sobre a operação, que havia sido confirmada em julho.

As negociações para a aquisição vinham sendo tratadas pelas duas empresas há um ano e meio. Os grandes atrativos da operadora sediada em Porto Alegre para a multinacional suíça são sua importância no mercado brasileiro e no Mercosul e sua atuação forte no modal rodoviário, segundo Ferdinand Kurt, presidente da Kuehne + Nagel na América do Sul e Central. “Na Argentina e no Chile, por exemplo, ela complementará nossas atividades, por que lá temos possuímos centros de distribuição (CDs), mas não temos frota, enquanto a Eichenberg tem veículos que realizam serviços nesses países, mas não CDs próprios”, lembra o executivo. Atualmente, a empresa gaúcha detém 15% do mercado do modal rodoviário no Mercosul. As atividades nos países do Conesul representam 45% do faturamento da operadora.

Os executivos não confirmaram informações do mercado de que a aquisição teria custado US$ 52 milhões. A compra do capital integrado da Eichenberg deverá incrementar em até 30% o faturamento da Kuehne + Nagel no Brasil e em 15% seu resultado na América Latina, excluindo o México. O negócio também faz parte de uma estratégia global da Kuehne + Nagel, que tem o objetivo de crescer 20% ao ano até 2014, principalmente através de expansão de atividades em países em desenvolvimento. Os principais alvos da companhia são os mercados na China, Índia, Brasil e Colômbia.

De acordo com Kurt, será estabelecido um período de transição, onde os dois principais acionistas da Eichenberg, Eduardo e Gerson Eichenberg, permanecerão na empresa. Eduardo atuará na área de armazenagem e transporte interno, enquanto Gerson ficará no Conselho de Transição. A marca da companhia gaúcha também deve ser mantida, assim como sua equipe de 700 funcionários. “Nossos clientes continuarão contando com nosso expertise, mas também terão acesso direto à capacidade logística mundial da Kuehne + Nagel, podendo exportar e importar produtos de uma forma mais barata”, afirmou Gerson Eichenberg.

A Eichenberg tem mais de 75 anos de história e conta com 11 filiais no Brasil e três na Argentina, Chile e Uruguai. Com unidades nos portos de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC) e no aeroporto de Guarulhos (SP), a companhia tem em sua carteira clientes nos segmentos fumageiro, metalmecânico, eletroeletrônico, automotivo, farmacêutico, calçadista e petroquímico.

Já a Kuehne + Nagel está presente em mais de 100 países, totalizando 900 escritórios e 60 mil funcionários. A empresa é fortemente posicionada nos modais de transporte marítimo e aéreo, além de armazenagem e distribuição. Em 2010, teve um faturamento global de 20,6 bilhões de francos suíços (cerca de R$ 35 bilhões), no qual a América Latina teve uma representação de 20%. No Brasil, a companhia conta com 1,1 mil funcionários em 29 escritórios. Está presente no Rio Grande do Sul há 15 anos, com escritórios em Porto Alegre, Rio Grande e Caxias do Sul.

FONTE: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=69298&fonte=nw

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