Governo adotará barreiras técnicas para industrializados importados

Cada setor da indústria elaborará uma lista de produtos que apresentam má qualidade ou preços muito abaixo do valor de mercado

Para proteger a indústria nacional o governo exigirá dos produtos industriais importados o cumprimento dos mesmos padrões de qualidade técnica para ingressar no mercado doméstico. A medida foi discutida em reunião, no dia 23, entre o Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), composto por empresários de diversos setores da economia, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na data, o ministro informou que o procedimento de controle dos produtos importados deverá estar pronto em duas semanas.

Ficou acertado que cada setor da indústria elaborará uma lista de produtos que apresentam má qualidade ou preços muito abaixo do valor de mercado. Esses industrializados entram no país e competem com produtos similares nacionais. Para o setor, essa é uma medida que outras nações já fazem com os produtos brasileiros.

O órgão responsável pela verificação será o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O Inmetro será autorizado a fiscalizar e cobrar especificações técnicas de produtos importados antes mesmo da entrada no país. Hoje, a fiscalização só é feita no varejo e nas fábricas instaladas em território nacional. Nos próximos dias será divulgada a lista com artigos que só entrarão no país após rigoroso processo de certificação.

Os empresários disseram estar havendo uma desindustrialização no país, por causa de importações predatórias. A exemplo, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) informou que as importações da China aumentaram 56% em fevereiro, em relação ao mesmo período de 2010. Já a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgou que as importações de bens de capital da China cresceram nada menos que 70% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010.

Aumenta número de importadoras
No primeiro bimestre de 2011, foram abertas 2.746 empresas importadoras. No mesmo período, apenas 82 passaram a exportar. As razões para o desequilíbrio são o dólar baixo, concorrência chinesa em terceiros mercados e a redução das compras americanas. O economista da consultoria Tendências, Bruno Laviere, disse em entrevista para o jornal O Globo que, mesmo com todos os problemas, o setor exportador reage e os bons preços das commodities são fatores importantes.

Nova Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP2)
Um conselho empresarial, formado por empresários de diversos setores da economia, encaminhará ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, até o começo de abril, subsídios para a elaboração da nova Política de Desenvolvimento Produtivo, batizada pela sigla PDP2. O documento lista 94 obstáculos que ameaçam a competitividade da indústria brasileira, que estão sendo debatidos desde janeiro. A partir do encaminhamento das propostas, o conselho empresarial espera manter um canal permanente de negociação com os secretários do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsáveis pela elaboração da PDP2. A nova política industrial do país só deve ser divulgada no fim do semestre.

(Com informações dos jornais Correio Braziliense, DCI, O Globo e Valor Econômico)

Fonte: http://www.markethings.com.br/dhl/2011/news/ed23/destaque.html

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